Câncer de pulmão: como diagnosticar?

Atualmente, a tomografia computadorizada é considerada o método ideal para detecção de nódulos e massas suspeitas.

A tomografia computadorizada do tórax é o exame preferencial para o diagnóstico do câncer de pulmão, o terceiro tipo de tumor mais comum entre os homens e o quarto entre as mulheres no Brasil, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Por meio desse exame, é possível identificar nódulos e massas pulmonares suspeitos. Para confirmar se se trata de câncer ou não, é feita uma biópsia para retirada de amostra que será analisada em laboratório (análise anatomopatológica).

A evolução tecnológica dos equipamentos de tomografia vem permitindo a identificação de tumores cada vez menores, o que significa para os pacientes maior chance de cura, uma vez que essas lesões podem ser extraídas cirurgicamente antes de crescerem e se espalharem pelo organismo.

Nódulos superiores a 8 milímetros são considerados suspeitos e podem ser alvo de biópsia, procedimento que pode ser feito por broncoscopia (introdução pela boca ou nariz de um tubo com luz e microcâmera, o broncoscópio) ou percutânea guiada por tomografia, na qual uma fina agulha acoplada a uma seringa a vácuo, orientada pelas imagens da tomografia, transpassa o corpo do paciente a fim de capturar materiais para análise. A escolha do método para extrair a amostra depende de cada caso, sendo levada em consideração a localização das lesões suspeitas. A biópsia por broncoscopia, por exemplo, é aplicável para nódulos próximos às vias áreas (no meio do pulmão) ou lesões endobrônquicas (dentro dos brônquios).

De forma geral, nódulos menores que 8 milímetros passam a ser monitorados periodicamente para acompanhar sua evolução. Contudo, levando em consideração a influência de fatores de risco (pacientes fumantes ou que fumaram por muito tempo e idade superior a 50 anos), o médico pode indicar a realização de biópsia mesmo quando as lesões têm menos de 8 milímetros.

O exame de raio-X tem sido menos indicado, pois na maioria das vezes só é capaz de identificar tumores em estágios mais avançados. Isso acontece por ele ser um recurso 2D, no qual outras estruturas do corpo aparecem sobrepostas ao pulmão, dificultando a avaliação de nódulos pequenos. Mas o raio-X ainda pode ser uma alternativa à tomografia, particularmente em regiões onde a população não tem acesso a essa tecnologia.

Avaliando extensão da doença

Uma vez constatada a presença de tumores malignos, na maioria dos casos é preciso fazer o estadiamento da doença, ou seja, saber com exatidão a sua extensão e se o câncer se espalhou para outras partes do corpo (metástase).

Nessa etapa é importante fazer o exame PET Scan (tomografia por emissão de pósitrons combinado com tomografia computadorizada), também conhecido como PET/CT. Trata-se de uma tomografia do corpo inteiro do paciente, realizada após injeção na corrente sanguínea de um contraste com marcador químico que emite pequenas doses de radiação a fim de averiguar a presença de atividade tumoral localizada. Se houver metástases, esses marcadores sinalizam na imagem da tomografia sua localização.

Outro exame que costuma ser solicitado é a ressonância magnética craniana. O objetivo é verificar a existência de tumor no cérebro, uma vez que são muito comuns metástases do câncer de pulmão nessa parte do corpo. O PET Scan não é uma boa opção para detecção de tumores cerebrais.

Rastreamento

Apesar de o diagnóstico do câncer de pulmão ser relativamente fácil de ser feito, é importante contar com centros de referência como a BP, que tem toda infraestrutura tecnológica para realização de todos os tipos de exames necessários. Quanto mais precoce o diagnóstico e tratamento, maior a possibilidade de cura ou, pelo menos, de controle mais efetivo da doença.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), apenas 16% dos cânceres de pulmão são diagnosticados em estágio inicial, quando a taxa de sobrevida em cinco anos é de 56%. Mas esses números devem aumentar, pois cada vez mais pessoas estão aderindo a programas de rastreamento, com a realização de exames de tomografia computadorizada de baixa dose de radiação. Estudos mostram que essa estratégia para o diagnóstico precoce em pessoas com alto risco de ter câncer de pulmão reduz as mortes em decorrência da doença.

Apesar de não estarem oficialmente instituídos nas políticas de saúde pública do Brasil, os médicos estão aderindo a protocolos internacionais de rastreamento, particularmente no caso de pacientes que fumam ou fumaram durante muitos anos ao longo da vida. Cerca de 85% dos casos de câncer de pulmão diagnosticados estão associados ao consumo de tabaco e derivados.

Também não é incomum a doença ser descoberta a partir de exames de rotina que acabam levantando a suspeita de tumores, como os solicitados pelos cardiologistas ou exames de imagem pré-operatórios que apontam a existência de nódulos.

Os principais sintomas do câncer de pulmão – tosse persistente, falta de ar, catarro com sangue e dor torácica – só costumam se manifestar na fase avançada da doença. Por isso, é fundamental que as pessoas, especialmente fumantes e ex-fumantes, consultem um pneumologista e conversem sobre a melhor estratégia de rastreamento e detecção precoce.

Fonte: Suellen Nastri Castro - CRM/SP 151.417

Data de produção: 27/10/2022

Data da última atualização: 28/10/2022