Artigo

Atividade física ajuda no tratamento de câncer de endométrio e de ovário

A prática traz benefícios para a recuperação da paciente, contribui para minimizar efeitos colaterais da quimioterapia e diminui o risco de recidiva da doença

Fundamentais para a saúde e a qualidade de vida da população em geral, as atividades físicas são importantes aliadas das mulheres em tratamento de câncer de ovário ou endométrio. Praticados em ritmo e modalidades mais leves, os exercícios ajudam na recuperação cirúrgica, amenizam efeitos colaterais da quimioterapia, marcam pontos para o condicionamento físico e para o bem-estar, entre outros benefícios.

Assim, exercitar-se no decorrer do tratamento oncológico é permitido e recomendado, considerando sempre a condição física da paciente. Em sua rotina, os médicos observam que as pacientes que mantêm a atividade física nesse momento se recuperam mais rapidamente e com menos sintomas indesejados.

A atividade física ajuda, por exemplo, a reduzir a fadiga, um sintoma frequente no período de quimioterapia, e evita a perda muscular e de massa óssea (osteopenia ou osteoporose), comum nas pacientes pós-menopausa, faixa etária da maior parte das mulheres que desenvolvem cânceres de ovário ou endométrio. Também favorece o controle de peso, que pode aumentar devido aos medicamentos. Em relação a esse aspecto, vale citar estudo científico que mostra que a redução do excesso de peso de pacientes com câncer de endométrio pode contribuir para o sucesso do tratamento. Também há evidências de que o controle de peso ou a perda dos quilos a mais ajuda a diminuir o risco de recidiva, ou seja, o retorno da doença após o tratamento.

Além disso, a atividade física melhora o sono e, por estimular a produção de endorfina, hormônio que gera sensação de bem-estar, contribui para o equilíbrio emocional, um fator importante no enfrentamento da doença.

Para promover seus efeitos positivos sem causar algum prejuízo, é importante que a atividade física seja realizada com orientação multidisciplinar (médico, educador físico e fisioterapeuta) sobre o tipo de exercício, intensidade e frequência adequados para cada paciente. De forma geral, são recomendados exercícios moderados e de baixo impacto, como caminhada e ciclismo. Durante o tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia, não é indicada a prática de atividades aquáticas, como natação ou hidroginástica, devido ao risco de infecção.

A cirurgia para retirada do tumor é etapa comum no tratamento dos cânceres de ovário e endométrio, e o tempo de recuperação varia de acordo com o tipo de procedimento, que pode ser minimamente invasivo ou aberto, com diferentes tipos de corte. Até a cicatrização, são necessários cuidados especiais. Os médicos costumam restringir por 40 dias atividades de maior impacto, que envolvam peso e movimentos da pelve e do abdome.

Já as caminhadas são permitidas e recomendadas logo no dia seguinte ao procedimento – curtas e supervisionadas neste caso. Elas auxiliam na recuperação do organismo e reduzem o risco de trombose pós-cirúrgica (formação de coágulos). Após a liberação do médico, o retorno à prática de atividades físicas deve ocorrer aos poucos, com aumento gradativo da carga e frequência.

Enfim, é sempre difícil para a paciente enfrentar o tratamento de um câncer de ovário ou endométrio. Mas existem aliados que ajudam a fazer a diferença, minimizar impactos e favorecer a recuperação. A atividade física é um deles.\

Fontes: José Carlos Sadalla - CRM 97.419 e Graziela Zibetti Dal Molin - CRM 147.913

Data da última atualização: 27/1/2022