Tumor de hipófise

Entendendo a doença

Os tumores de hipófise surgem quando há um crescimento desordenado das células dessa que é a principal glândula do nosso organismo, pois é responsável por regular o funcionamento de grande parte das demais glândulas endócrinas (que produzem substâncias que desempenham diferentes funções em nosso corpo). Ela faz isso fabricando hormônios que induzem o aumento ou a diminuição da produção de outros hormônios específicos em outras partes do nosso organismo.

A hipófise está dividida em duas áreas: a neuro-hipófise e a adeno-hipófise. É nesta última que se desenvolve a grande maioria dos tumores. Quando são lesões secretoras, elas podem provocar aumento na produção dos hormônios da hipófise (hipersecreção). Já os tumores não secretores podem ocasionar a compressão dessa glândula ou de estruturas próximas.

Ao contrário de outros tumores da cabeça, o de hipófise é primário, ou seja, originado no próprio local. Em sua grande maioria são lesões benignas, geralmente adenomas. Os tumores não secretores apresentam pouco crescimento e muitas vezes não são nem diagnosticados. Em geral, o diagnóstico da doença ocorre depois de 7 anos, em média, a partir de seu surgimento.

Estima-se que os tumores da hipófise representem entre 10% a 15% dos tumores intracranianos.


Tipos

Os tumores da adeno-hipófise, que representam a grande maioria, são classificados em função do tipo de hormônio secretado de forma anormal:

  • Prolactinomas - mais comuns, representam cerca de 35% dos casos e afetam as glândulas secretoras que produzem a prolactina. Geralmente são microadenomas, mas os macroprolactinomas também podem ocorrer, costumando causar hiperprolactinemia patológica, que é o excesso do hormônio prolactina, associado à produção de leite.
  • Tumor produtor de GH: atinge a produção do hormônio do crescimento (GH) e se manifesta, em grande parte dos casos, entre os 30 e 50 anos, causando acromegalia (gigantismo). Sua prevalência é de 40 a 70 casos por 1 milhão de habitantes na Europa. Estima-se que o índice seja semelhante no Brasil.
  • Tumor produtor de ACTH: se manifesta na forma da doença de Cushing. Ao aumentar a produção do hormônio ACTH, eleva a quantidade de cortisol no organismo, podendo desencadear problemas como osteoporose, hipertensão arterial e diabetes, entre outros. Ocorre mais entre pessoas de 30 a 50 anos.
  • Tumor produtor de TSH: extremamente raro, afeta a produção dos hormônios tireoidianos, que atuam em várias funções do organismo, levando ao hipertireoidismo.
  • Tumor produtor de LH e FSH: tipo raro, atinge os hormônios que regulam os caracteres sexuais. Diferentemente dos demais, não costuma produzir excesso de hormônio. Em alguns poucos casos pode levar à síndrome de hipergonadismo, com aumento da produção dos hormônios testosterona nos homens e estrógeno nas mulheres.
  • Tumores não secretores (não apresentam secreção aumentada dos hormônios para serem classificadas como secretores): podem se manifestar somente com sintomas de compressão das estruturas cerebrais adjacentes.

Além do grupo de tumores da adeno-hipófise, existem ainda os tumores da neuro-hipófise, mas estes são bastante raros.


Sintomas

Os sintomas e sinais dos tumores de hipófise podem ser reunidos em dois grandes grupos: os associados à secreção excessiva de hormônios e os relacionados à compressão tumoral. A compressão de partes da hipófise também pode provocar a diminuição de secreção hormonal, apresentando sintomas do hipopituitarismo.

AUMENTO DA PRODUÇÃO DE HORMÔNIOS

- Acromegalia (aumento do hormônio de crescimento)

  • Aumento do tamanho das mãos e dos pés, do osso maxila e das orelhas
  • Maior volume da língua e do nariz
  • Espessamento da pele
  • Cefaleia
  • Dores nas articulações
  • Fadiga

- Doença de Cushing (aumento da secreção de cortisol)

  • Obesidade central, que é o excesso de gordura na região da barriga e do tronco
  • Face em lua cheia (rosto arredondado)
  • Estrias violáceas (mais escuras) no abdome e nos membros
  • Acne
  • Cefaleia
  • Fraqueza
  • Diabetes
  • Hipertensão arterial

- Hiperprolactinemia (aumento da produção de prolactina)
Nos homens

  • Diminuição da libido
  • Disfunção erétil
  • Infertilidade
  • Ginecomastia (aumento do seio)

Nas mulheres

  • Infertilidade
  • Galactorreia (produção de leite pelas mamas)
  • Diminuição ou ausência da menstruação
  • Redução da libido
  • Osteoporose
  • Cefaleia

COMPRESSÃO TUMORAL

  • Cefaleia
  • Diminuição da visão, principalmente lateral
  • Redução do olfato
  • Visão dupla

HIPOPITUITARISMO

  • Cefaleia
  • Tontura
  • Náuseas e vômitos
  • Fraqueza
  • Perda ou ganho de peso

Existem ainda sintomas associados à apoplexia hipofisária, problema grave causado em alguns casos de tumores da hipófise que pode levar a uma súbita isquemia (redução ou suspensão da irrigação de sangue) ou ao sangramento no local da lesão. É um quadro emergencial e precisa de atendimento médico o mais breve possível. O principal sintoma é uma cefaleia súbita, com intensidade máxima em poucos segundos, que pode ser acompanhada de déficit visual, fadiga, sonolência e confusão mental, com diminuição dos hormônios da hipófise.


Diagnóstico

Além da avaliação clínica e análise dos sintomas, seu médico pedirá a realização de exames para confirmar o diagnóstico de tumor de hipófise e o tipo. Entre outros, podem ser solicitados:

  • Exames de imagem, geralmente ressonância magnética, que é o mais sensível e específico para a investigação dos tumores da hipófise.
  • Exames de sangue para detectar o tipo de hormônio afetado. Entre eles, são avaliados os hormônios hipofisários, prolactina, TSH, ACTH, FSH e LH.

Em pacientes com alterações visuais, o médico poderá indicar a realização de campimetria visual, exame que avalia de forma fidedigna a diminuição do campo visual.


Tratamento

Para definir a melhor estratégia de tratamento, seu médico levará em conta o tipo de tumor de hipófise e os efeitos que ele causa. As alternativas são:

Cirurgia

É indicada para a maior parte dos adenomas sintomáticos. O procedimento evoluiu bastante nas últimas décadas. Atualmente é realizada uma intervenção minimamente invasiva endoscópica por meio do nariz. A microcirurgia feita por abertura do crânio (craniotomia) é indicada apenas no caso de tumores que acometem regiões mais superiores do crânio, de acesso difícil pela via nasal.

Medicamentos

Existem várias medicações que atuam na produção hormonal, entre elas:

  • Cabergolina – é indicada para pacientes com diagnóstico de prolactinoma e tem ótimos resultados em tumores secretores de prolactina, em casos não urgentes.
  • Bromocriptina – anteriormente utilizada como medicamento de primeira linha para o tratamento dos prolactinomas, hoje é usada como alternativa para a cabergolina.
  • Pegvisomanto – é prescrito para casos de acromegalia que não responderam satisfatoriamente à cirurgia ou à radioterapia.
  • Octeotride – costuma ser utilizado como tratamento complementar nos casos de acromegalia.

Radioterapia

Esse recurso pode ser adotado com objetivo de destruir ou impedir o crescimento do tumor quando houver resíduo da lesão após a cirurgia. Pode ser também um tratamento complementar à medicação. A radioterapia é realizada em várias sessões ou por meio da radiocirurgia, que é a administração de uma dose alta de radiação em um alvo pequeno e em dose única.


Fatores de risco

Não há comprovação científica de fatores de risco que levem ao desenvolvimento de um tumor de hipófise. O histórico familiar, principalmente de síndromes genéticas, pode ser associado em alguns poucos casos.


Prevenção

Não há maneiras conhecidas de prevenir os tumores de hipófise. Mas, manter uma vida saudável, com alimentação equilibrada, prática de atividade física regular, sem fumar e sem exagero no consumo de bebidas alcoólicas, contribui para que o organismo responda melhor ao tratamento, agilizando a recuperação. Além disso, um check-up regular ajuda a diagnosticar o problema precocemente.


Novidades

Uma das novidades que vem contribuindo para aprimorar os procedimentos cirúrgicos é a ressonância magnética intraoperatória (RMI), que permite visualizar em tempo real e com exatidão as estruturas cerebrais e a extensão do tumor, norteando o cirurgião sobre a área a ser removida. Esse recurso segue em fase de estudo e seu uso ainda não é generalizado.

Além disso, há vários estudos clínicos avaliando novas terapias-alvo para o tratamento dos tumores de hipófise. Esse tipo de medicamento consegue identificar e atacar alvos específicos das células cancerígenas, preservando as células sadias.


Diferenciais BP

Na BP, você encontra um centro neurológico que reúne uma qualificada equipe de especialistas e os mais avançados recursos tecnológicos para o diagnóstico e tratamento dos tumores de hipófise.

Nosso parque de imagem dispõe de recursos de última geração, como os equipamentos de ressonância magnética que se destacam pelo alto nível de precisão.

No campo terapêutico, contamos com uma diferenciada estrutura cirúrgica tanto para as microcirurgias dos casos mais complexos como para aqueles que podem ser tratados por meio de procedimentos minimamente invasivos. Oferecemos também serviços de radiologia e radiocirurgia, marcados pelo alto padrão de qualidade, segurança e precisão.

Dispomos ainda de consultórios para atendimento ambulatorial, para acompanhamento dos pacientes, seja após os procedimentos, seja aqueles que são tratados pela via medicamentosa.

Reunimos, enfim, tudo o que é preciso para cuidar do seu caso com os melhores recursos humanos e tecnológicos e com o nosso jeito de acolher e de promover saúde.

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