Câncer do Fígado

Entendendo a doença

O câncer de fígado é provocado pelo crescimento anormal das células que compõem esse importante órgão do nosso corpo. Localizado do lado superior direito do abdome e formado por milhões de células (hepatócitos), ele é responsável por inúmeras funções essenciais para o funcionamento e a saúde do nosso organismo. 

A doença pode surgir a partir de um ou mais nódulos em toda extensão do fígado. Também pode se desenvolver nos ductos biliares (estruturas tubulares que transportam a bile) ou nos vasos sanguíneos que irrigam o órgão.

Os tumores são classificados como primários quando se originam no próprio fígado e secundários (ou metastáticos) quando decorrem do agravamento de cânceres que se iniciaram em outras regiões do corpo, como o intestino, pulmão, estômago e mamas.      

A doença é mais frequente nos países asiáticos e africanos, onde há incidência significativa de hepatites virais. Já nos países ocidentais, apresenta forte relação com a cirrose alcoólica e, atualmente, com a esteatose hepática secundária, a obesidade e a síndrome metabólica. 

Os tumores de fígado afetam mais homens em idade adulta.


Tipos

  • Hepatocarcinoma, também conhecido como carcinoma hepatocelular: originado nos hepatócitos (células), é o tipo de câncer de fígado mais comum, correspondendo a cerca de 90% dos casos.
  • Colangiocarcinoma: se desenvolve nos ductos biliares que transportam a bile do fígado para o intestino.
  • Angiossarcoma: se forma nos vasos sanguíneos que irrigam o fígado.
  • Hepatoblastoma: tumor maligno raro que geralmente se desenvolve em recém-nascidos e crianças.

Sintomas

Nas fases iniciais, o câncer de fígado não costuma apresentar sintomas. Quando eles surgem, os mais comuns são:

  • Dor abaixo das costelas à direita
  • Pele e olhos amarelados (icterícia)
  • Distensão abdominal 
  • Formação de massa e varizes no abdome
  • Perda de apetite
  • Fadiga
  • Náuseas
  • Infecções que se repetem
  • Urina escurecida
  • Fezes claras 

Diagnóstico

Para fazer o diagnóstico, seu médico provavelmente solicitará a realização de exames de imagem, como ultrassonografia, tomografia ou ressonância magnética; e de sangue, para a dosagem dos antígenos carcinoembrionário (CEA), carbohidratado 19-9 (CA 19-9) e, principalmente, alfafetoproteína (AFP). Essas três substâncias são proteínas que funcionam como marcadores tumorais. Quando a dosagem está elevada, há indícios de ação tumoral maligna. Em alguns casos, pode ser necessária também a realização de biópsia para coleta de uma amostra da lesão a ser analisada em laboratório (análise anatomopatológica).

Para definir o estágio da doença (estádio, na linguagem técnica), o que é muito importante para estabelecer a estratégia de tratamento, seu médico poderá pedir que você realize outros exames de imagem (endoscopia digestiva alta, ultrassonografia endoscopia, tomografia computadorizada ou ressonância magnética).

De acordo com a gravidade, o câncer de fígado pode ser classificado em estágios de 1 a 4, considerando critérios como localização e tamanho da lesão, comprometimento de linfonodos (gânglios linfáticos) próximos e se o tumor está restrito ao órgão ou se espalhou para outras partes do corpo.

Outro ponto vital para definir o tratamento é avaliar o grau de comprometimento da funcionalidade do fígado, que pode estar bastante alterada não pelo câncer em si, mas pelos problemas que levaram ao surgimento do tumor, como cirrose e hepatite B ou C.


Tratamento

Para tumores pequenos e os do tipo hepatocarcinoma, há dois procedimentos indicados:

  • Cirurgia: tratamento geralmente adotado para os casos em que a parte saudável do fígado, não afetada pelo câncer, é capaz de se regenerar e manter as funções metabólicas.
  • Transplante: é indicado para pacientes que apresentam as funções hepáticas comprometidas por outras doenças.

Quando nem a cirurgia nem o transplante são possíveis, a doença pode ser controlada com técnicas da medicina intervencionista:

  • Radiofrequência: nesse procedimento, guiado por imagem, uma agulha é introduzida no fígado e são emitidas ondas de calor a fim de destruir as células malignas.
  • Alcoolização: também guiada por imagem e por meio da inserção de uma agulha, a técnica envolve a liberação de álcool no local visando destruir as células cancerosas. 
  • Quimioembolização: consiste na injeção de altas doses de quimioterápicos diretamente na artéria que nutre o tumor. O restante do fígado fica preservado. 
  • Radioembolização, também conhecida como Radioterapia Interna Seletiva (SIRT, na sigla em inglês): por meio dessa técnica, que foi aprovada no Brasil mais recentemente (2014), microesferas radioativas são aplicadas diretamente no tumor via punção vascular.  

Nos casos de câncer metastático ou em que não na impossibilidade de cirurgia, transplante, radiofrequência, alcoolização ou quimioembolização, as opções são o tratamento sistêmico com quimioterapia ou com antiangiogênicos, medicamentos que visam interromper o suprimento de sangue aos tumores.  O antiangiogênico mais utilizado é o sorafenibe.


Fatores de risco

Os principais fatores de risco associados ao câncer de fígado são:

  • Infecção pelos vírus da hepatite B ou hepatite C 
  • Alcoolismo
  • Cirrose
  • Hepatite crônica
  • Ação danosa da aflatoxina (toxina que pode estar presente em alimentos como amendoim, milho e mandioca malconservados)
  • Doenças raras como a hemocromatose
  • Deficiência das enzimas α-1 antitripsina e tirosinemia 
  • Uso de esteroides anabolizantes
  • Comprometimento hepático associado à síndrome metabólica

Prevenção

Para prevenir o desenvolvimento de tumores no fígado, os especialistas recomendam: 

  • Evitar as infecções por hepatites por meio da vacinação (atualmente só existem vacinas contra a hepatite A e B), do controle da qualidade do sangue usado em transfusões e do uso de preservativos durante a relação sexual.
  • Caso tenha hepatite, assegurar o tratamento adequado, pois essa doença pode favorecer o surgimento de lesões malignas. 
  • Diminuir o consumo de bebidas alcoólicas.
  • Estar atento ao consumo de alimentos que podem estar contaminados pela aflatoxina, um tipo de toxina produzida por fungos presentes em itens como amendoim, milho e mandioca malconservados.
  • Praticar exercícios e controlar a dieta, medidas que ajudam a combater a síndrome metabólica.

Para o rastreamento da doença, a dosagem periódica da alfafetoproteína (AFP) no sangue e a realização de ultrassonografia, tomografia ou ressonância permitem a detecção e o início do tratamento precocemente.


Novidades

A principal arma contra o câncer de fígado é a prevenção e sua detecção precoce, o que torna particularmente importantes os novos exames de imagem. Eles indicam com mais precisão o comprometimento das funções hepáticas, contribuindo para melhores diagnósticos e avaliação do tratamento da doença. 

Em relação a tratamentos, estudos têm apresentado resultados positivos com novos medicamentos antiangiogênicos (inibem o crescimento dos vasos sanguíneos que alimentam o tumor), como o regorafenibe e o levantinib. Nos Estados Unidos, foram aprovadas recentemente novas medicações alvo-moleculares (que bloqueiam mecanismos específicos de funcionamento dos tumores) e imunoterápicos (estimulam o sistema imunológico a combater a doença) para tratamento do carcinoma hepatocelular. No Brasil, alguns medicamentos alvo-moleculares já foram aprovados, mas ainda não há aprovação para os imunoterápicos.

Diferenciais BP

No nosso Centro Oncológico, você será acolhido e cuidado por uma equipe de profissionais especializados no tratamento do câncer de fígado. São hepatologistas, cirurgiões hepatologistas, oncologistas clínicos, radioterapeutas, radiologistas e médicos intervencionistas, com experiência e competência técnica e científica reconhecida nacional e internacionalmente. Apoiados na nossa moderna estrutura de recursos diagnósticos e terapêuticos, esses profissionais atuam de maneira integrada, combinando seus conhecimentos para definir o melhor caminho para enfrentar a doença no caso de cada paciente. 

Diversos fatores contribuem para tornar a BP uma referência na abordagem dos tumores hepáticos.  Somos, por exemplo, um dos maiores centros privados de transplante de fígado do país. No campo das técnicas intervencionistas – especialmente importantes para o tratamento de pacientes que apresentam alto grau de comprometimento das funções hepáticas –, realizamos os diversos tipos de procedimentos. Somos, inclusive, uma das poucas instituições brasileiras preparadas para fazer a radioembolização, que requer cuidados técnicos superespecializados (veja mais em Tratamento). 

Além disso, graças às nossas expertises, participamos de importantes pesquisas clínicas relacionadas com novos tratamentos e medicamentos. Além de nos manter na fronteira dos novos conhecimentos, isso permite que nossos pacientes tenham acesso antecipado a recursos terapêuticos ainda não disponíveis no mercado.

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