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Projeto Saúde em Nossas Mãos, que tem participação da BP, inicia novo triênio com aumento de 76% de participação de hospitais

Iniciativa conduzida pelos hospitais Proadi-SUS já salvou 2.687 vidas e gerou uma economia de R$ 354 milhões ao SUS em três anos

Publicado em 3 de setembro de 2021

O programa Saúde em Nossas Mãos – Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala no Brasil inicia um novo triênio (2021-2023) com 204 hospitais participantes, representando um aumento de 76% em comparação com o triênio passado e espera reduzir em 30% as infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras) em um período de 24 meses. O Saúde em Nossas Mãos é um projeto do Ministério da Saúde, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), conduzido de maneira colaborativa por seis instituições de excelência do País, entre elas a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, e com a parceria do Institute for Healthcare Improvement (IHI), todos responsáveis pela implementação de práticas de prevenção a essas infecções no SUS.

Segundo o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o primeiro triênio do projeto já foi um sucesso e, agora, com o programa ampliado, espera-se reduzir os casos de infecções nos hospitais do SUS. “O Saúde em Nossas Mãos aumentará ainda mais a segurança dos pacientes hospitalizados em terapia intensiva, aqueles que precisam fazer uso de cateter ou necessitam de ventilação mecânica. Esse é um avanço extraordinário. Nesta nova fase, com 204 hospitais espalhados por todo nosso Brasil, teremos um êxito muito maior”.

Para Adriana Teixeira, diretora do Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência (Dahu/Saes) do Ministério da Saúde, o resultado da primeira fase do projeto foi surpreendente. “Assumimos o compromisso de apoiar as unidades de terapia intensiva (UTI) do SUS de todo o Brasil para reduzir as infecções relacionadas à assistência e os hospitais superaram a meta. Isso só foi possível pela ousadia e parceria com os hospitais de excelência, que trabalharam durante três anos, utilizando uma metodologia colaborativa - todos ensinam e todos aprendem”. Adriana relata que, nesta nova fase, a estimativa é reduzir em 30% as infecções relacionadas à assistência em saúde.

De acordo com Guilherme Antônio Marques Buss, da Gerência-Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) coordena nacionalmente, desde 1999, as ações de prevenção e controle das Iras. “Em parceria com o Ministério da Saúde, estados, Distrito Federal, municípios, universidades e diversos outros colaboradores, a Anvisa apoia que iniciativas como o Projeto Saúde em Nossas Mãos sejam desenvolvidas com excelência para unirmos forças na luta contra as Iras, resistência microbiana e surtos infecciosos, objetivando a segurança dos pacientes e a melhoria da qualidade dos serviços de saúde brasileiros.”

Para Claudia Garcia de Barros, coordenadora do projeto, a execução da iniciativa é essencial na prevenção dessas infecções as quais são preveníveis e, quando ocorrem, consomem muito recurso na Saúde. “Nesse novo triênio a expectativa é de impactar 7.785 leitos de UTI adulto, além de 17 UTI pediátricas e 7 UTI neonatais, a fim de torná-las ambientes mais seguros, onde todos buscam soluções para o melhor cuidado, evitando desperdício e dano na assistência”.

O Diretor de Relações Institucionais e Governamentais da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, Arnaldo Bartalo Júnior, explica que o plano de melhorias é elaborado de acordo com a realidade de cada hospital participante com o intuito de otimizar os recursos já instalados, proporcionando a melhoria dos indicadores assistenciais. “A metodologia utilizada no projeto busca levar uma cultura de segurança para as organizações de saúde, o que consideramos um ponto importante dessa iniciativa, e mostra que estamos no caminho certo”, afirma ele.

Depoimentos dos hospitais do Projeto Saúde em Nossas Mãos

As unidades de terapia intensiva (UTI) são ambientes de risco onde dispositivos invasivos são necessários para a manutenção da vida. Alguns desses dispositivos, no entanto, podem aumentar a chance de infecções e riscos aos pacientes. No caso do Hospital Universitário Professor Edgard Santos, de Salvador (BA), que ingressou no primeiro triênio, algumas tentativas de melhoria voltadas a infecções hospitalares já haviam sido realizadas, mas não geraram resultados significativos. “Vimos no projeto uma oportunidade única de aumentar a segurança do paciente de forma permanente”, relata Monalisa Viana Sant’Anna, chefe do Setor de Vigilância em Saúde e Segurança do Paciente do hospital.

Ela ressalta que a alta liderança é fundamental para o sucesso do projeto. “Implementamos visitas mensais da alta liderança às UTI do hospital para que pudessem entender os desafios da equipe da linha de frente. No encontro, a equipe apresentava os indicadores e o que tem sido feito por meio do PDSA (um método interativo de testar melhorias em quatro passos: planejar, executar e checar e agir) para a garantia dos resultados. A própria equipe é responsável por cobrar a alta gestão para que consigam manter os indicadores”, explica Monalisa.

Com a pandemia de Covid-19, o projeto teve que se adaptar e passou a fazer as reuniões via teleconferência. “Pudemos consultar especialistas que atuam em hospitais de referência. A troca de experiências é muito produtiva para encontrar soluções simples, mas muito efetivas”, completa Monalisa.

No caso do Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch – M’Boi Mirim, de São Paulo (SP), que ingressou no novo triênio do projeto, a expectativa é melhorar os indicadores com relação às Iras. “Fazer parte desse projeto será importante para aumentar a segurança dos nossos pacientes por meio da troca de experiências”, afirma Lizzie Erthal, coordenadora da Divisão de Práticas Médicas e Assistenciais, Controle de Infecção, Qualidade & Segurança.

Resultados do primeiro triênio (2018-2020)

A iniciativa encerrou o primeiro triênio de atuação no final de 2020, evitando 7.674 casos de infecções relacionadas à assistência à saúde (Iras) em 116 hospitais públicos do País, gerando uma economia de R$ 354 milhões para o SUS em três anos.

A iniciativa alcançou 54% de redução do número de infecções adquiridas por pacientes internados em UTI, salvando 2.687 vidas entre os anos de 2018 e 2020. O objetivo era atuar na diminuição dos três principais tipos de Iras:

  • Infecção primária da corrente sanguínea associada a cateter venoso central (IPCSL), que apresentou diminuição de 46%.
  • Pneumonia associada à ventilação mecânica (PAV), que teve redução de 52%.
  • Infecção do trato urinário associada a cateter vesical (ITU-AC), que apresentou baixa de 68%.


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