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Avanços tecnológicos e expertise diferenciada revolucionam a radioterapia

Usada no tratamento de vários tipos de câncer, a radioterapia está cada vez mais precisa e segura; para os pacientes, isso significa menos efeitos colaterais e mais chances de cura

A radioterapia é um recurso estratégico para o enfrentamento do câncer. Ela age localmente na área a ser tratada, por isso é classificada como um tratamento locorregional. Radiações ionizantes invisíveis e indolores são aplicadas em pontos específicos do corpo para eliminar tumores, impedir seu crescimento ou aliviar sintomas.

Cerca de 60% dos pacientes diagnosticados com câncer precisarão, em algum momento, de radioterapia para assegurar a curabilidade ou aliviar algum sintoma. Alguns tumores são curados apenas com essa modalidade terapêutica, como os cânceres de mama, os iniciais da próstata, da corda vocal, de pulmão, de colo uterino, de pele, alguns tipos de linfomas, entre outros. Com os avanços tecnológicos da radioterapia e dependendo da localização do tumor, da quantidade das doses de radiação e do tamanho da área irradiada, muitos pacientes não sentem nenhum efeito colateral com o tratamento.

No câncer de mama, a radioterapia é adotada após a cirurgia, para evitar a volta de tumores. Graças aos avanços tecnológicos, essa radioterapia preventiva é bastante segura, podendo provocar, eventualmente, reações cutâneas leves e episódios de fadiga durante o período de aplicações, que, em geral, melhoram com a atividade física. Em longo prazo, as complicações da radioterapia se tornaram bastante raras. Dependendo do tipo de cirurgia e da situação clínica da paciente, o número de sessões costuma variar entre 15, 25 e 30. No entanto, estudos mais recentes têm mostrado que para alguns grupos de pacientes é possível realizar apenas cinco aplicações, sem prejuízo nos resultados.

Já o câncer de próstata pode ser curado em fases iniciais com a aplicação de doses de radiação muito concentradas nessa glândula masculina, poupando os tecidos e órgãos que estão à sua volta. São entre 20 e 40 sessões de radioterapia, e a grande maioria dos pacientes não registra efeitos colaterais.

Os efeitos colaterais de radioterapia estão sempre relacionados a regiões afetadas indevidamente pela radiação. No tratamento de tumores de parótida (glândula salivar), por exemplo, se a radiação atinge outras partes da boca, o paciente pode sofrer alterações no paladar e aftas na boca (mucosite). Se chegar até o esôfago, pode apresentar dificuldade de deglutição. Queda de cabelos só ocorre quando é aplicada radiação na cabeça, dependendo também da intensidade da dosagem. A grande maioria dos efeitos colaterais agudos, ou seja, reações que ocorrem durante o tratamento, são reversíveis depois de semanas ou um mês.

Quanto maior a área a ser tratada (maior volume de entrega, na linguagem médica), maior é o risco de outras partes do corpo serem prejudicadas. Esse era um grande problema nas décadas passadas, quando até 80% das doses aplicadas atingiam locais que não necessitavam de tratamento.

Para evitar essas ocorrências indesejadas, é fundamental contar com dois elementos-chave: alta tecnologia e equipes médicas e técnicas habilitadas, garantindo a aplicação da quantidade precisa de radiação nos lugares exatos. É essa combinação que os pacientes encontram na BP: médicos radioterapeutas, técnicos e físicos especializados e um moderno parque de equipamentos radioterápicos, que é constantemente atualizado.

Usados desde a década de 1950, os aceleradores lineares (equipamentos que emitem a radiação) vêm sendo constantemente modernizados, incorporando acessórios que melhoram cada vez mais a precisão e softwares de inteligência artificial que auxiliam no planejamento das aplicações de doses de radiação.

Em muitos casos, não existe nenhuma necessidade de preparo para fazer a radioterapia. Mas, dependendo da região a ser tratada, podem ser adotadas medidas que ajudam a melhorar a performance das sessões. Pessoas que serão submetidas à irradiação na pele não devem tomar sol, por exemplo. Quem está tratando a próstata precisa estar com o intestino vazio para evitar que gases estufem o reto, aproximando-o da zona de irradiação. A bexiga precisa estar cheia nas sessões de radioterapia da próstata, mas se o tratamento for para tumores na própria bexiga, ela precisa estar vazia. Na radioterapia de região abdominal, o estômago precisa estar vazio. Portanto, para cada área do corpo que receberá o tratamento, as recomendações são específicas.

Quase sempre, saindo de uma sessão de radioterapia, os pacientes estão prontos e aptos para retomar tranquilamente a sua rotina diária, fazendo dos avanços da radioterapia um dos principais aliados para a reconquista da sua saúde.

Fonte: Robson Ferrigno - CRM/SP 58.149

Data da última atualização: 08/12/2021