Doenças Neuromusculares

Entendendo a doença

As doenças neuromusculares afetam o nosso organismo de diversas formas: podem acometer qualquer um dos nossos músculos, os nervos periféricos, as células nervosas e as junções neuromusculares (estruturas que conectam os nervos aos músculos).

De modo geral, essas doenças afetam a função muscular, provocando fraqueza e incapacidades, como as de movimento, de falar, mastigar e até respirar. Mas, na grande maioria dos casos, essas enfermidades não interferem em competências neurológicas, como consciência, memória, raciocínio e linguagem.

Podendo ocorrer em qualquer idade – de bebês até idosos –, as doenças neuromusculares compõem um conjunto de mais de mil doenças, entre elas a esclerose lateral amiotrófica (ELA), a síndrome de Guillain-Barré, a miastenia gravis e as miopatias congênitas (distrofias musculares).


Tipos

Os especialistas costumam dividir as doenças neuromusculares de acordo com as partes do sistema neuromuscular afetadas:

  • Doenças dos músculos: destacam-se nesse grupo as miopatias congênitas (também conhecidas como distrofias musculares), doenças de fundo genético que afetam os músculos, causando fraqueza, atrofia, fadiga, dor e rigidez. Uma das mais comuns é a miopatia de Duchenne, associada a um defeito no cromossomo X. Existem inúmeros outros tipos, como a miopatia por corpos de inclusão (também conhecida com o “Alzheimer do músculo”), uma moléstia inflamatória e degenerativa, mais frequente após os 50 anos. Outras doenças dos músculos podem ser provocadas por disfunções endocrinológicas e por intoxicação medicamentosa, por exemplo.
  • Doenças das junções neuromusculares: uma das mais clássicas é a miastenia gravis, doença autoimune e crônica caracterizada pela fraqueza muscular decorrente da comunicação química indevida entre os nervos e os músculos. Isso interfere na transmissão do impulso nervoso e provoca o enfraquecimento dos músculos. Outra doença conhecida desse grupo é o botulismo, provocado pelas toxinas da bactéria Clostridium botulinum, que podem estar presentes em alguns alimentos, como os entalados.
  • Doenças dos nervos: são caracterizadas por danos no tecido nervoso que interferem na transmissão dos impulsos nervosos. Elas podem ser primárias, como as neuropatias derivadas do mau funcionamento do sistema imunológico, que passa atacar as células que compõem os nervosos; ou neuropatias secundárias, derivadas de outras doenças, como lúpus, doenças pulmonares, hematológicas e da tireoide, diabetes, infecção por HIV e câncer, entre outras. Uma de suas formas agudas é a síndrome de Guillain-Barré, mal inflamatório que afeta a bainha de mielina das raízes nervosas e dos nervos periféricos, resultando em fraqueza muscular.
  • Doenças do corpo celular nervoso: atacam especialmente as células nervosas que estão na medula espinhal e nos nervos cranianos. A principal doença desse grupo é a esclerose lateral amiotrófica (ELA), enfermidade de origem desconhecida, degenerativa e progressivamente agressiva. Sua incidência estimada é entre 1 e 2,5 indivíduos para cada grupo de 100.000 habitantes/ano.

Sintomas

Os sintomas das doenças neuromusculares variam em função do tipo de distúrbio no sistema neuromuscular. Os principais são:

  • Doenças dos músculos: alterações exclusivamente motoras, como fadiga e fraqueza, dependendo da região comprometida.
  • Doenças das junções neuromusculares: fraquezas que podem resultar em dificuldade de movimentar as pernas e os braços, falar, mastigar, engolir, mexer os olhos e até respirar.
  • Doenças dos nervos: alterações motoras, sensitivas ou mistas, dependendo do tipo de nervos afetados.
  • Doenças do corpo celular nervoso: perda da capacidade motora e câimbras constantes.

Diagnóstico

Além de levantar o histórico do paciente e dos seus familiares e de um exame físico minucioso, o médico poderá solicitar a realização de exames diagnósticos, entre eles a eletroneuromiografia, que permite avaliar a função dos nervos e músculos através de estímulos e registro da atividade elétrica nessas partes do corpo. Por meio desse recurso, é possível identificar, por exemplo, se é uma doença dos músculos, da junção neuromuscular, dos nervos ou do corpo celular. No caso das doenças que afetam os músculos, o exame também ajuda a identificar o tipo de neuropatia.

Podem ser solicitados, ainda, ressonância magnética dos nervos e músculos (leia mais em Diferenciais da BP), análise de líquor (líquido cefalorraquidiano), biópsia de músculos e nervos e testes genéticos.


Tratamento

O tratamento varia de acordo com o tipo de doença neuromuscular e a sua causa. As estratégias terapêuticas podem se valer de medicamentos direcionados a interferir diretamente no curso da doença ou nos sintomas. Existem ainda outros recursos, como a extração do timo para tratar alguns tipos de miastenia gravis, por exemplo. Muitos casos também se beneficiam das técnicas de reabilitação conduzidas por fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. Orientação dietética também pode ser indicada.

Algumas doenças neuromusculares são curáveis, como a síndrome de Guillain-Barré, a poliomiosite (doença inflamatória que afeta músculos dos braços e pernas) e a hanseníase (neuropatia de origem infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium leprae). Para outras, a cura continua sendo procurada, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA), atualmente tratada apenas com medicações paliativas que conseguem aumentar a sobrevida dos pacientes. Doenças musculares congênitas ou de fundo metabólico são outras que ainda não têm cura, mas podem ser mantidas sob controle com os cuidados adequados.

As opções medicamentosas são variadas. Para tratar as dores dos nervos (dores neuropáticas), como no caso de neuropatias associadas ao diabetes, o médico pode prescrever analgésicos, anticonvulsivantes e antidepressivos específicos. Alguns imunomoduladores e imunossupressores de aplicação oncológica também podem ser usados no tratamento de doenças como a polirradiculoneurite crônica, doença inflamatória que afeta a bainha de mielina que protege as terminações nervosas das células dos nervos.

Em doenças secundárias, como muitas neuropatias que acometem os nervos do sistema periférico, os esforços são direcionados em combater a causa-raiz do problema, como o diabetes, a doença da tireoide e outras.


Fatores de risco

Os fatores de riscos variam de acordo com o tipo de doença neuromuscular. Os mais significativos são:

  • Determinantes genéticos
  • Contaminações por agentes infecciosos
  • Diabetes e outras doenças metabólicas
  • Cânceres
  • Lesões musculares causadas por estresse físico (comum no caso da rabdomiólise)
  • Uso de determinadas medicações
  • Problemas cardíacos, como arritmias
  • Consumo de álcool e drogas ilícitas
  • Internações prolongadas na UTI
  • Deficiência nutricional e de vitamina B

Prevenção

As estratégias de prevenção das doenças neuromusculares estão concentradas na eliminação ou gerenciamento dos fatores de risco controláveis (veja Fatores de Risco). Em linhas gerais, recomenda-se a adoção de hábitos de vida saudáveis e vigilância e acompanhamento para impedir que outras doenças funcionem como gatilho para o desenvolvimento de problemas neuromusculares secundários.


Novidades

Dentre os últimos avanços conquistados no tratamento das doenças neuromusculares, destacam-se novos imunossupressores, que reduzem de forma direcionada a atividade do sistema imunológico do organismo, e anticorpos monoclonais, que agem especificamente sobre determinados agentes causadores das doenças.


Diferenciais BP

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Dispomos, ainda, de neurofisiologistas que realizam exames como o de eletroneuromiografia, indispensável para a compreensão da doença e definição da estratégia de tratamento mais adequada.

Graças a essas expertises e aos nossos recursos técnicos e tecnológicos sempre atualizados – elementos que somamos a um atendimento humanizado e acolhedor –, nos mantemos em uma posição de vanguarda para proporcionar aos nossos pacientes o que há de melhor e mais efetivo no cuidado das doenças neurológicas.

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