Neuropatias

Entendendo a doença

Neuropatias é o nome dado a um vasto conjunto de doenças neurológicas cujo denominador comum é o comprometimento dos nervos periféricos causado por um agente agressor que pode estar associado a fatores genéticos, inflamatórios, infecciosos ou metabólicos. Trata-se de uma enfermidade de grande prevalência, que afeta pessoas de qualquer idade, de ambos os sexos.

Apresentando-se de forma aguda ou crônica, as neuropatias provocam lesões nos nervos com níveis variáveis de gravidade, dependendo da sua causa. Algumas neuropatias são reversíveis. As que não são, precisam ser controladas para prevenir sequelas e garantir a qualidade de vida aos pacientes.


Tipos

As neuropatias podem ser dividas em: congênitas (hereditárias) e adquiridas, que podem ser subdivididas segundo o agente agressor. Entre as adquiridas, as principais são:

  • Carenciais: por deficiência de vitaminas ou nutrientes.
  • Tóxicas/Medicamentosas: provocadas por medicações, como os quimioterápicos (o que é muito comum).
  • Autoimunes: doenças em que o próprio organismo agride o nervo com anticorpos.
  • Metabólicas: decorrentes de oscilações do metabolismo, como as que ocorrem em pacientes críticos de UTI.
  • Hormonais: associada a variações hormonais, como nas doenças de tireoide e na neuropatia diabética.

Além disso, as neuropatias podem ser classificadas considerando outros fatores:

Extensão da doença

  • Polineuropatia: vários nervos afetados.
  • Mononeuropatia: comprometimento de um único nervo.

Tipo de lesão nervosa

  • Axonal: afeta o axônio, parte do neurônio responsável pela transmissão dos impulsos elétricos de uma célula nervosa para outra.
  • Desmielinizante: gera danos na bainha de mielina, a membrana que envolve e protege os axônios.

Tipo de comprometimento

  • Sensitivo: sensibilidade alterada.
  • Motor: danos nas capacidades motoras.
  • Misto: perda motora combinada com alteração de sensibilidade.

Sintomas

As neuropatias apresentam sintomas diversos, que variam de acordo com o tipo da lesão e o agente causador. Em alguns casos, os sintomas evoluem de forma lenta e progressiva. Em outros, se manifestam de forma aguda. Nos quadros mais graves, a doença pode gerar incapacidades que exigem imediata intervenção médica. Os sintomas mais comuns são:

  • Formigamentos em extremidades do corpo.
  • Perda de sensibilidade ou sensação de estar com partes do corpo anestesiadas.
  • Sensação de queimação.
  • Confusão dos sinais de sensibilidade, como achar que o quente é frio.
  • Desequilíbrio ou dificuldade para caminhar.
  • Perda de força nos braços ou pernas e até comprometimento da musculatura respiratória em casos mais graves.

Nas neuropatias mais recorrentes, como as provocadas por diabetes ou por medicações quimioterápicas, os sintomas tendem a ser mais brandos e facilmente tratados.


Diagnóstico

Além do histórico do paciente e exame físico minucioso, o neurologista solicitará a realização de exame de sangue para identificar eventuais alterações. A confirmação diagnóstica ocorre por meio de provas específicas, que, em geral, incluem a eletroneuromiografia. Esse exame avalia a velocidade de transmissão do impulso elétrico pelo nervo e se esses sinais estão sendo conduzidos de forma adequada, permitindo identificar o tipo e o grau das lesões.


Tratamento

O tratamento varia de acordo com as causas da neuropatia e a gravidade das lesões que afetam o sistema nervoso periférico. Algumas neuropatias podem ser curadas, como as associadas às carências de vitaminas e outros nutrientes. Outras podem ser mantidas sob controle, com o cuidado adequado de problemas como diabetes e hipertensão, entre outros (veja mais em Fatores de Risco). Quando não é possível curar a neuropatia, o tratamento é voltado ao controle dos sintomas e dos fatores que a desencadeiam, a fim de evitar a progressão da doença e prevenir sequelas.
Em muitos casos, pode ser indicada a reabilitação física, conduzida por fisioterapeutas. Quadros mais graves podem demandar atividades de reabilitação supervisionadas por médicos fisiatras e apoio de outras especialidades, como fonoaudiologia.


Fatores de risco

Existem múltiplos fatores de risco associados às neuropatias, entre eles:

  • Deficiência de nutrientes ou vitaminas, como as do complexo B (B1, B6 e B12)
  • Intoxicação medicamentosa, como as provocadas por quimioterápicos.
  • Diabetes (quanto menos controlada estiver a doença, maior a chance de o paciente desenvolver neuropatia ou agravar um quadro já estabelecido).
  • Hipertensão arterial, que pode provocar lesões nas arteríolas, vasos que alimentam os nervos.
  • Níveis elevados de colesterol ou triglicérides.
  • Doenças autoimunes, como lúpus, artrite reumatoide e Síndrome de Sjögren, entre outras.
  • Alterações metabólicas, como as que ocorrem em pacientes críticos de UTI.
  • Disfunções hormonais, como as associadas às doenças da tireoide.
  • Consumo excessivo de álcool.

Prevenção

A alimentação saudável é uma regra de ouro para a prevenção das neuropatias. Ela mantém o organismo livre de carências nutricionais, ajuda a controlar o colesterol e a manter em níveis adequados a pressão arterial e os triglicérides.

Também é fundamental eliminar ou controlar os fatores de riscos associados às neuropatias. No caso de diabetes, por exemplo, é imprescindível o controle dos níveis glicêmicos. Pacientes oncológicos, pessoas com doenças autoimunes ou com disfunções metabólicas ou hormonais também demandam supervisão médica atenta às implicações neuropáticas.

Outro ponto importante é evitar o consumo de bebidas alcoólicas. A ingestão de álcool atrapalha a absorção das vitaminas do complexo B, vitais para o bom funcionamento do sistema nervoso periférico.


Novidades

Novos marcadores de autoimunidade (autoanticorpos), que já estão disponíveis para exames laboratoriais, têm ajudado os neurologistas a identificar alguns tipos específicos de neuropatias associadas a problemas do sistema imunológico. Essa maior precisão diagnóstica contribui para a definição de tratamentos mais específicos e efetivos.


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Somos um centro neurológico altamente capacitado para o cuidado de pacientes com neuropatias. Nossa qualificada equipe de neurologistas clínicos se mantém permanentemente atualizada e segue o que existe de mais moderno no mundo em termos de diagnóstico e tratamento dessas doenças.

Também contamos com um bem-estruturado setor de neurofisiologia, onde especialistas conduzem estudos e análises a partir de exames específicos para essa doença, como a eletroneuromiografia.

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