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Descrita pela primeira vez em 1817 pelo cientista inglês James Parkinson, a Doença de Parkinson é uma enfermidade degenerativa, crônica e progressiva que provoca tremores frequentes e uma série de outros distúrbios decorrentes da perda de neurônios, especialmente os situados na área do cérebro conhecida como substância negra (nigrossomo), responsável pela produção de dopamina; e do acúmulo de uma substância proteica chamada alfa-sinucleína, que se aglomera e origina os corpúsculos de Lewy (estruturas anormais que se desenvolvem dentro das células nervosas).
A Doença de Parkinson é o segundo mal neurodegenerativo mais prevalente no mundo, afetando de 2% a 3% das pessoas com mais de 65 anos, sendo rara antes dos 50 anos. Estima-se que a cada ano ocorram de 5 a 35 novos casos a cada grupo de 100 mil indivíduos, com uma incidência um pouco maior no sexo masculino.
A Doença de Parkinson pode ser classificada de acordo com suas principais formas de manifestação:
Ao longo de sua evolução, a Doença de Parkinson apresenta diferentes sintomas e, geralmente, eles se manifestam de forma lenta e progressiva. Os principais são os sintomas motores e não motores, como:
Sintomas motores
Sintomas não motores
Além deles, existem os chamados sintomas pré-motores, que ocorrem antes dos sintomas motores. Já os sintomas não motores podem acontecer em qualquer etapa da doença. Os principais pré-motores são:
O diagnóstico da Doença de Parkinson é eminentemente clínico, baseado na interpretação dos sinais e sintomas descritos pelo paciente e nos identificados pelo neurologista durante o exame. Os exames de imagem são importantes para o diagnóstico diferencial, mas nenhum é capaz de confirmar a doença isoladamente.
Os principais exames que seu médico pode solicitar são:
O tratamento da Doença de Parkinson tem de ser individualizado e conduzido por uma equipe multidisciplinar formada por neurologistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos especializados, psicólogos e educadores físicos. Dependendo do quadro e necessidades do paciente, o médico definirá o tipo mais adequado de tratamento.
É baseado na compensação da falta de dopamina no cérebro. Uma das principais alternativas é a levodopa, dopamina sintética que revolucionou o tratamento da Doença de Parkinson. Antes desse medicamento, a doença não contava com recurso para controle. Existem ainda outras medicações que podem ser usadas de forma combinada em função das características de cada paciente e da fase de evolução da doença. Elas ajudam a controlar os sintomas, garantindo ao paciente uma melhor qualidade de vida. Contudo, ainda não existem medicamentos que curem ou evitem completamente a progressão da degeneração das células que causa a doença.
O objetivo da cirurgia também é o controle dos sintomas. O procedimento cirúrgico pode ser adotado para complementar o tratamento medicamentoso, ou como alternativa quando o paciente não responde às medicações ou apresenta reações adversas. As duas principais técnicas adotadas são:
Para todos os pacientes diagnosticados com a Doença de Parkinson são prescritos exercícios físicos aeróbicos, considerados essenciais para o tratamento. O ideal é que sejam realizados com acompanhamento de um educador físico.
Os principais fatores de risco são:
A única medida que comprovadamente contribui para a prevenção da Doença de Parkinson ou para a redução da velocidade de evolução dos sintomas depois que a enfermidade já está instalada é a prática de atividade física regularmente.
Há importantes avanços no tratamento da Doença da Parkinson. Entre eles, estão novas formulações e vias de uso da levodopa. Além de comprimidos, no exterior a levodopa já pode ser inalada ou administrada por via jejunal (infusão por sonda), o que têm permitido um ajuste fino no tratamento, tornando-o ainda mais individualizado. Novas medicações para o controle dos sintomas estão para serem lançadas no Brasil, como a safinamida. Também seguem em fase de estudos terapias gênicas baseadas em medicamentos capazes de alterar o funcionamento de genes específicos associados à doença e pesquisas sobre o uso de células-tronco com objetivo de modificar a evolução da enfermidade.
No campo cirúrgico, merece destaque o lançamento de novos dispositivos usados para a neuromodulação e novas técnicas ablativas, como a ablação por ultrassom. Por meio desse procedimento, microlesões realizadas em pontos-alvo do cérebro para ajudar a controlar os sinais elétricos que desencadeiam os sintomas da doença são provocadas pela emissão de micro-ondas. Menos invasivo, o procedimento é mapeado com auxílio de ressonância magnética e realizado com aparelho de ultrassom focalizado no alvo.
Do diagnóstico ao tratamento, na BP reunimos os melhores recursos para cuidar dos pacientes com Parkinson: modernas tecnologias e uma renomada equipe de especialistas, formada por neurologistas clínicos, neurorradiologistas e neurocirurgiões, além de profissionais multidisciplinares, como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, psicólogos e fonoaudiólogos.
Contamos com avançados exames de imagem para detalhamento do diagnóstico, como a ressonância magnética de encéfalo com estudo do nigrossomo, e um centro cirúrgico equipado com todos os recursos necessários para a realização tanto dos procedimentos de ablação como implante de neuromoduladores. Outros diferenciais importantes são a UTI Neurológica, unidade de tratamento intensivo superespecializada, disponível em poucos centros médicos; e um setor de internação exclusivo para pacientes neurológicos, com equipe multidisciplinar dedicada a assegurar um atendimento integral às pessoas sob nossos cuidados. Tudo isso acompanhado de outros importantes elementos que caracterizam o atendimento da BP: acolhimento, humanização e atenção a todos os detalhes que contribuem para o seu bem-estar e para que você tenha uma boa experiência em nossa instituição.
Boas novas podem surgir nos próximos anos, levando o tratamento da Doença de Parkinson para outro patamar. Há mais de uma centena de estudos em andamento, alguns com resultados a serem divulgados entre final de 2022 e no decorrer de 2023.
São trabalhos que buscam frear a progressão da doença ou curá-la. Grande parte aposta em terapia genética, com o uso de células-tronco na região problemática do cérebro para impedir a falha dos neurônios que leva ao desenvolvimento da doença. Também há um número considerável de estudos abordando métodos antioxidantes, que evitariam a deterioração das células.
Estudos com resultados promissores sempre levam um tempo para se transformarem em produtos e terapias disponíveis no mercado, mas a expectativa é que na próxima década haja uma grande e positiva revolução no tratamento do Parkinson.