Osteomielite

Entendendo a doença

A osteomielite é uma infecção óssea geralmente causada por bactérias, micobactérias (gênero de bactérias) ou fungos. Ela pode afetar pessoas em todas as faixas etárias, mas tem incidência maior em crianças, idosos e pacientes com outras doenças graves. Normalmente, o problema é resolvido quando diagnosticado na fase inicial e tratado com a administração de antibióticos. No entanto, sem tratamento, pode causar sequelas, com necrose da área afetada, deformação e perda óssea. O processo infeccioso pode desencadear também o surgimento de abscessos de pus em músculos e articulações.

Os micro-organismos podem ser introduzidos em nossos ossos de diversas maneiras. Em recém-nascidos e crianças menores, costuma ocorrer por meio da corrente sanguínea; em crianças maiores e adolescentes, a maior parte dos casos decorre da inoculação direta do micro-organismo em traumas ou cirurgias. Nos pacientes pediátricos, a osteomielite afeta geralmente braços ou pernas.

A incidência da doença varia segundo os níveis de desenvolvimento socioeconômico das nações. Nos países em desenvolvimento como o Brasil, estima-se 1 caso em cada grupo de 500 a 2.300 crianças.


Tipos

Os especialistas costumam classificar a osteomielite de acordo com o tempo e a evolução da doença:

  • Aguda – é a infecção óssea diagnosticada nas quatro primeiras semanas. Esses casos, que são os mais comuns em crianças, têm geralmente uma perspectiva de breve restabelecimento com o tratamento com antibióticos.
  • Crônica – é o processo inflamatório que continua por mais de seis semanas. Em geral, o problema decorre de outra infecção ou de uma lesão aguda que não recebeu tratamento adequado e foi se agravando de maneira lenta e contínua. O tratamento é mais prolongado.

Sintomas

  • Em crianças e em casos agudos (que são maioria na faixa pediátrica), os sintomas da osteomielite costumam surgir rapidamente. O mais comum é uma dor forte no osso afetado, que dificulta o uso do membro, impedindo, por exemplo, que a criança consiga andar. Às vezes, ocorrem também febre, calafrios e vermelhidão na área afetada.
  • Os processos crônicos são mais traiçoeiros. A pessoa pode permanecer sem sintomas durante meses ou anos. Comumente, a osteomielite crônica causa dor óssea, infecções recorrentes do tecido mole sobre o osso (como as cartilagens) e drenagem constante ou intermitente de pus através da pele.

Diagnóstico

Além do histórico do paciente, do exame clínico e avaliação dos sintomas, o médico pedirá que sejam realizados:

  • Exames de sangue, como hemograma, proteína C reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS). Alterações nesses exames podem indicar a presença de inflamação, mas outros serão necessários para confirmar a ocorrência de osteomielite.

  • Exames de imagem:

    - Radiografia - pode mostrar alterações características de osteomielite. Entretanto, em alguns casos, esses sinais só surgem entre duas a quatro semanas após os primeiros sintomas.

    - Tomografia computadorizada e a ressonância magnética – permitem identificar áreas ou articulações infectadas e infecções próximas.

    - Cintilografia óssea – também permite detectar anormalidades na área infectada. Se não for possível distinguir a infecção de outras doenças ósseas, o médico poderá indicar a cintilografia com leucócitos marcados com índio radiativo.

  • Coleta de amostras de sangue, pus, líquido articular (das articulações) ou do osso (por meio de punção óssea) para identificar, por meio de cultura, o agente infeccioso.

Tratamento

O tratamento da osteomielite geralmente começa com a administração de antibióticos de amplo espectro, que são eficazes contra muitos tipos de bactérias. Depois, com base no resultado da cultura para identificar o micro-organismo que provocou a infecção no paciente, o médico indica antibióticos mais específicos. Dependendo da gravidade do quadro, os antibióticos podem ser administrados inicialmente por via intravenosa (pela veia) e depois continuados por via oral. Nos quadros agudos, o tratamento pode durar algumas semanas, enquanto nos crônicos costuma ser estendido por meses.

Em alguns casos, a cirurgia pode ser necessária, como em pacientes com abscessos que precisam ser drenados ou quando há um dano mais grave do osso, o que pode ocorrer na fase subaguda (intermediária entre aguda e crônica) ou na crônica. No procedimento, o cirurgião ortopédico retirará a parte sem vida do osso (desbridamento). Depois da cirurgia, prossegue a terapia com antibióticos, que pode durar meses.

Com o diagnóstico precoce da osteomielite e o tratamento apropriado, a maioria dos pacientes se recupera plenamente. Mas se a doença demora a ser identificada e tratada, podem ocorrer complicações e danos ao osso atingido, com comprometimento permanente ou infecções recorrentes.


Fatores de risco

Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da osteomielite são:

  • Traumas ou feridas perto do osso.
  • Cirurgia ortopédica.
  • Alterações na circulação, como em pacientes com anemia falciforme.
  • Uso de cateteres, comum em pacientes que fazem diálise, por exemplo.
  • Deficiência no sistema imunológico causada por doenças como câncer ou condições como a desnutrição.
  • Doentes que permanecem na cama por muito tempo, na mesma posição, ou pessoas com necessidades especiais sem mobilidade podem desenvolver feridas (escaras).

Prevenção

Se sua criança tiver algum fator de risco para a osteomielite, como doenças imunológicas ou circulatórias, ou faz diálise, por exemplo, é importante conversar com seu pediatra sobre métodos para prevenir infecções.

De forma geral, a recomendação para prevenir a osteomielite é evitar cortes e arranhões, pois eles podem favorecer a entrada de micro-organismos. Se sua criança sofrer uma lesão na pele, procure lavar a área imediatamente e, se necessário, colocar uma bandagem limpa. Caso uma ferida ou corte não cicatrize ou apresente sinais de inflamação, o melhor a fazer é procurar o seu médico.

Pessoas que passam muito tempo na mesma posição em leitos ou portadores de necessidades especiais sem movimentação precisam de ajuda para que a posição seja trocada com certa frequência para evitar o surgimento de feridas na pele.


Novidades

As técnicas de imagem cada vez mais sensíveis, como a ressonância magnética, ajudam no diagnóstico precoce da osteomielite. A cintilografia óssea possibilita a identificação de focos de alterações ósseas e, se realizada com o método de injeção de leucócitos marcados com índio radiativo, permite diferenciar a infecção de outras doenças ósseas.

Merece destaque ainda a uma nova técnica de ionização de moléculas (Matrix Associeted Laser Desorption Ionization-Time of Flight/ MALDI -TOF), que agiliza o processo de identificação do micro-organismo causador da infecção e, portanto, a definição do tratamento com antibiótico específico para combatê-lo.


Diferenciais BP

Na BP, você encontra desde os exames utilizados para diagnosticar a osteomielite e os agentes causadores da infecção até uma equipe médica de diferentes especialidades pediátricas – infectologistas, ortopedistas e cirurgiões, entre outros – para tratar eventuais complicações.

Dispomos dos mais avançados equipamentos de imagem, entre eles ressonância magnética de alta definição, as duas técnicas de cintilografia óssea (a convencional e a com leucócitos marcados com índio radiativo) e o MALDI-TOF (veja em Novidades).

Para casos que exigem cirurgia, dispomos de um centro cirúrgico preparado para procedimentos ortopédicos, UTI equipada para receber esses casos (incluindo uma UTI Pediátrica) e ala de internação (incluindo uma ala especial para pacientes pediátricos.

Dos recursos tecnológicos às equipes médicas e multiprofissionais constantemente atualizadas, nós estamos sempre em movimento para proporcionar aos nossos pacientes o melhor cuidado para sua saúde.

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