Sarampo

Entendendo a doença

O sarampo é uma doença infecciosa grave. Ele é causado pelo vírus Morbillivirus, da família Paramyxoviridae, e a transmissão acontece quando alguém infectado pelo vírus expele gotículas ao tossir, falar, espirrar ou respirar próximo a outras pessoas. O sarampo é tão contagioso que um indivíduo infectado pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes.

Nos últimos anos, houve um aumento do número de casos da doença em todo o mundo. No Brasil, somente entre os meses de junho e setembro de 2019, foram 5.504 casos confirmados da doença em 19 estados. A maioria das ocorrências (mais de 95%) foi registrada em São Paulo, onde nove pessoas morreram desde o início do ano em razão de complicações da doença. Bebês merecem atenção redobrada: a incidência do sarampo em crianças com menos de 1 ano é dez vezes maior do que na população em geral.

O tempo de incubação do vírus pode variar entre 7 e 21 dias desde a data da exposição ao vírus até o aparecimento do exantema, as erupções na pele caracterizadas por manchas vermelhas. O período de transmissibilidade inicia-se seis dias antes do exantema e dura até quatro dias após seu aparecimento, mas o risco de transmissão é maior dois dias antes e dois dias após o aparecimento das manchas vermelhas.

Aos primeiros sinais da doença (veja Sintomas), é importante procurar um médico, pois o sarampo pode gerar outras complicações, especialmente nos seguintes grupos: crianças com menos de cinco anos, sobretudo as desnutridas; adultos maiores de 20 anos; pessoas com imunodepressão ou em condições de vulnerabilidade; e gestantes.

Entre outros problemas, podem ocorrer: otite média (infecção de ouvido), que afeta 1 em 10 crianças com sarampo e pode resultar em perda auditiva permanente; broncopneumonia, que atinge aproximadamente 1 em cada 20 crianças com a doença e é a causa mais comum de morte por sarampo entre os pequenos; diarreia; e encefalite, que afeta 1 em cada 1.000 crianças, sendo que 10% destas podem morrer. As mortes por sarampo decorrem dessas complicações, com uma incidência de 1 a 3 em cada grupo de 1.000 crianças doentes. Assim, a melhor coisa a fazer é prevenir a doença por meio da vacinação (veja mais em Prevenção).


Tipos

Não há diferentes tipos de sarampo. O que muda são as manifestações da doença em cada pessoa e a sua evolução.


Sintomas

Os principais sintomas do sarampo são:

  • Febre alta, acima de 38,5°C
  • Manchas vermelhas no corpo (exantema)
  • Tosse seca (inicialmente)
  • Coriza
  • Conjuntivite não purulenta
  • Fotofobia (incômodo nos olhos provocado pela luz)
  • Manchas de Koplik (pequenos pontos brancos ou amarelados na mucosa bucal, na altura do terceiro molar, antecedendo o exantema)

    Geralmente, o processo começa com febre acompanhada de tosse, coriza, conjuntivite e fotofobia. De dois a quatro dias depois, surgem as manchas vermelhas no corpo, e os sintomas iniciais se intensificam.

Diagnóstico

Além do exame clínico, para confirmar o diagnóstico, seu médico poderá solicitar a realização de exame de sangue para detectar a presença de anticorpos IgM (imunoglobulina M) específicos ou aumento de anticorpos IgG (imunoglobulina G). A detecção de anticorpos IgM no sangue ocorre na fase aguda da doença, desde os primeiros dias do surgimento das manchas vermelhas. Os anticorpos IgG começam a aparecer logo após a fase aguda da doença e geralmente continuam sendo detectados até anos depois da infecção.

Em alguns casos, também pode ser indicada a identificação do vírus do sarampo na urina, nas secreções do nariz e da boca (secreções nasofaríngea e orofaríngea), no sangue, no líquor (conhecido popularmente como líquido da espinha) ou em tecidos do corpo pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR). As amostras para esse tipo de exame devem ser coletadas até o sétimo dia a partir do início das manchas vermelhas – preferencialmente nos três primeiros dias.


Tratamento

Não existe tratamento específico para o sarampo, mas seu médico poderá prescrever medicamentos para reduzir o desconforto ocasionado pelos sintomas da doença. Antibióticos são indicados apenas para tratar eventuais infecções secundárias (infecções respiratórias e de ouvido, por exemplo).

Nos casos sem complicações, os especialistas recomendam:

  • Ingerir bastante líquido para manter a hidratação.
  • Manter uma dieta leve e saudável para garantir o bom estado nutricional. Muitas crianças precisam de quatro a oito semanas para recuperar o estado nutricional.
  • Se necessário, tomar antitérmico para baixar a febre.
  • No caso de crianças, após avaliação clínica e/ou nutricional por um profissional de saúde, administrar vitamina A (palmitato de retinol) para prevenir complicações da doença.

Fatores de risco

O fator de risco é o contato com o vírus, e alguns grupos de pessoas estão mais suscetíveis:

  • Quem não foi vacinado ou nunca foi contagiado pelo vírus.
  • Profissionais de saúde, turistas e pessoas que lidam com estrangeiros (trabalhadores de aeroportos, por exemplo).
  • Pessoas imunodeprimidas (para estas, é recomendado passar por avaliação médica antes da vacinação).
  • Crianças com desnutrição.

Prevenção

A vacina tríplice viral é a medida de prevenção mais eficaz contra o sarampo, protegendo também contra a rubéola e a caxumba.

A circulação do vírus do sarampo em várias regiões do mundo e a facilidade em viajar fazem com que o risco de contrair a doença permaneça para as pessoas suscetíveis, e a principal medida de controle do sarampo é a vacinação desses indivíduos: vacinação de rotina na rede básica de saúde, bloqueio vacinal (quando a pessoa é suscetível, deve receber vacina tríplice viral em até 72 horas após contato com alguém infectado para diminuir o risco de contrair a doença), intensificação vacinal (dose extra) e campanhas de vacinação. É importante que pacientes com comprometimento do sistema imunológico passem por avaliação médica antes da vacinação.

Quem deve se vacinar contra o sarampo?

Bebês

Dose zero: Atualmente, devido ao aumento de casos de sarampo em vários estados brasileiros, todas as crianças de 6 meses a menores de 1 ano devem ser vacinadas (dose extra).
Primeira dose: Crianças que completarem 12 meses (1 ano).
Segunda dose: Aos 15 meses de idade (última dose por toda a vida).

Quem tem entre 1 e 29 anos e recebeu apenas uma dose

Recomenda-se completar o esquema vacinal com a segunda dose da vacina (quem já tomou as duas doses não precisa se vacinar novamente).

Quem não tomou nenhuma dose, perdeu o cartão de vacinação ou não lembra se tomou a vacina

De 1 a 29 anos: Tomar duas doses da vacina.
De 30 a 49 anos: Tomar apenas uma dose.

A vacina não tem sido indicada para pessoas com mais de 50 anos, pois é bastante provável que estejam imunes à doença pelo fato de já terem tido sarampo ou entrado em contato com o vírus. Mas em alguns casos, dependendo do histórico do paciente, o médico poderá recomendar a vacina também nessa faixa etária.

A vacina é contraindicada durante a gestação.

Nas pessoas suscetíveis com contraindicação da vacina, os especialistas recomendam a administração de imunoglobulina em até seis dias após o contato com o vírus (caso, por exemplo, de ter alguém na família com sarampo).

Uma observação importante: a vacina contra o sarampo é feita com vírus atenuado (enfraquecido). Por isso, o risco de contrair sarampo na vacinação é praticamente nulo.


Novidades

Não há novidades relacionadas ao tratamento do sarampo.


Diferenciais BP

Na BP, você encontra desde os exames utilizados para diagnosticar o sarampo (sorologia para detecção dos anticorpos IgM e IgG e PCR, quando necessário) até uma estrutura completa e médicos de diferentes especialidades para tratar eventuais complicações.

Possuímos enfermaria para hospitalização e UTI equipada para receber esses casos, ambas com leitos de isolamento para prevenir a transmissão do vírus. A fim de prevenir complicações ou o agravamento das já existentes, administramos a vitamina A em todos os nossos pacientes menores de cinco anos internados com sarampo.

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