O CARDIO é uma iniciativa global de saúde populacional, desenvolvida e validada pela Fundação Novartis, apoiada por outros parceiros nacionais e internacionais, e implementada pela BP juntamente com as Secretarias Municipais de Saúde. A iniciativa tem como objetivo enfrentar um dos maiores desafios de saúde pública: o rastreamento precoce e o manejo adequado de Condições Crônicas Não Transmissíveis (CCNT), como hipertensão arterial, diabetes, obesidade e hipercolesterolemia.

A complexidade dessas condições, somada à alta prevalência e desafios da saúde pública, aumenta o risco de complicações graves, incluindo eventos cardiovasculares e mortes evitáveis. O CARDIO visa transformar essa realidade fortalecendo e acelerando os esforços da Atenção Primária em Saúde nos cuidados das CCNT.

Por meio do CARDIO, profissionais de saúde que atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e gestores públicos recebem um conjunto de soluções inovadoras, formativas e instrumentais, além de suporte técnico e metodológico, para acelerar a identificação de pacientes em risco cardiovascular através da estratificação e implementar planos de cuidado e acompanhamento de forma mais eficiente de acordo com o perfil identificado.

O CARDIO foi inicialmente implementado no município de São Paulo em 2018. Desde então, os resultados demonstraram que:

  • o controle da pressão arterial entre os pacientes inscritos que recebem medicação triplicou (de 12,3% para 31,2%)1;
  • em 15 meses, 13% dos AVCs e 12% dos eventos de doença coronariana podem ser evitados, e em 10 anos, 7,9% das mortes, conforme estimado em um estudo de modelagem de impacto na saúde2;
  • a iniciativa é economicamente viável sob os padrões WHO-CHOICE2;
  • houve redução significativa nas hospitalizações por AVC nos distritos de intervenção em comparação com os distritos de controle3.

Diante dos impactos positivos, em 2024, a iniciativa foi replicada nos municípios de Patos (PB) e Aracaju (SE). Em 2025, com o apoio de novos investidores sociais, o CARDIO entrará em uma nova fase de expansão em escala, alcançando 46 municípios e aproximadamente 1147 UBS em todo o país, com potencial de impactar cerca de 12,7 milhões de pessoas.

Impacto esperado

Com o CARDIO, espera-se:

  • Aumentar o rastreio precoce de pessoas com CCNT;
  • Aumentar o controle de pacientes diagnosticados;
  • Reduzir internações hospitalares evitáveis e mortalidade relacionadas às CCNT.

Principais atividades

  • Instrumentalizar e apoiar a capacitação dos gestores e profissionais de saúde na temática de gestão, de forma a melhorar a produtividade e os processos internos;
  • Otimizar o uso de dados e criar cultura de gestão baseada em dados para a tomada de decisão;
  • Qualificar a linha de cuidado e padronizar o atendimento para pessoas com CCNT no município;
  • Capacitar os profissionais de saúde sobre as CCNT e competências gerais para o desenvolvimento profissional, garantindo a sustentabilidade das ações implementadas;
  • Apoiar na criação de estratégias para ampliar o conhecimento da população sobre as CCNT, seus fatores de risco e cuidados adequados, explorando o espaço das UBS, do território e seus diversos públicos;
  • Estimular o autocuidado na população, por meio de ações e ferramentas que apoiem o rastreio e prevenção de CCNT e a promoção de hábitos saudáveis para a população geral, assim como ações e ferramentas que facilitem adesão, controle e promoção de hábitos saudáveis para a população rastreada com fatores de risco para CCNT.

Indicadores

  • Percentual de pacientes com hipertensão, diabetes, obesidade e/ou colesterol alto que foram rastreados, diagnosticados, tratados e controlados;
  • Número de profissionais capacitados.

Equipe da BP

  • 1 coordenadora do projeto;
  • 3 líderes;
  • 1 consultora especialista em saúde;
  • 1 designer;
  • 4 consultores de projeto;
  • 3 consultores locais;
  • 1 analista administrativa.

CARDIO EM ARACAJU/SE:

CARDIO EM PATOS/PB:

Referências

  1. Boch, J., Venkitachalam, L., Santana, A. et al. Implementing a multisector public-private partnership to improve urban hypertension management in low-and middle-income countries. BMC Public Health 22, 2379 (2022). https://doi.org/10.1186/s12889-022-14833-y
  2. Reiker T, Des Rosiers S, Boch J, Partha G, Venkitachalam L, Santana A, Srivasatava A, Barboza J, Byambasuren E, Baxter YC, Dib KM, Dashdorj N, Anne M, de Oliveira RW, Silveira M, Ferrer JME, Morgan L, Jones O, Luvsansambuu T, Bortolotto LA, Drager L, Avezum A, Aerts A. Population health impact and economic evaluation of the CARDIO4Cities approach to improve urban hypertension management. PLOS Glob Public Health. 2023 Apr 11;3(4):e0001480. https://doi.org/10.1371/journal.pgph.0001480. PMID: 37040342; PMCID: PMC10089359.
  3. Ferrer, J., Boch, J., Aerts, A. et al. (2024). Stroke outcomes in a population-focused urban hypertension program in Brazil and Senegal. Journal of the American Heart Association, v. 14, n. 9, p. e038816, 2025. https://doi.org/10.1161/JAHA.124.038816