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AVC em jovens: causas, sintomas e prevenção

Enfermeira avaliando batimentos cardíacos em paciente em recuperação após Acidente Vascular Cerebral, jovem com expressão de alívio

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) é uma condição frequentemente associada a idades mais avançadas, mas dados recentes mostram uma realidade diferente e que merece atenção: a sua incidência entre adultos jovens (18 a 45 anos) tem aumentado progressivamente. Estudos apontam que até 15% dos casos de AVC podem ocorrer em indivíduos abaixo dos 45 anos. Embora as causas tradicionais, como hipertensão e diabetes, contribuam para esse cenário, o AVC em jovens possui particularidades importantes, com fatores de risco menos comuns e sintomas que podem ser facilmente confundidos com outras condições.
Entender por que um AVC acontece em pessoas no auge da vida produtiva e como reconhecer os sinais é fundamental. Este artigo foi elaborado para esclarecer as principais causas, os sintomas que merecem avaliação e, mais importante, as estratégias de prevenção focadas nesta população.

Um cenário em mudança: o aumento do AVC na população jovem

Estudos epidemiológicos, como os divulgados pelo Ministério da Saúde, indicam que, globalmente, cerca de 10 a 15% dos AVC’s ocorrem em pessoas com menos de 50 anos. No Brasil, dados publicados em revistas científicas internacionais, como a The Lancet Neurology, também apontam para essa tendência.
Esse aumento está ligado não apenas a fatores genéticos ou condições raras, mas principalmente a mudanças no estilo de vida. A prevalência de hipertensão, obesidade e diabetes em idades mais precoces têm um impacto direto no risco de eventos cerebrovasculares.
Na BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, a investigação de um AVC em um paciente jovem é tratada com uma abordagem diferenciada, pois as causas costumam ser mais variadas. Compreender este novo cenário é essencial para que jovens e profissionais de saúde estejam mais atentos aos sinais e às estratégias de prevenção.

As causas do AVC em adultos jovens

Enquanto nos idosos a principal causa de AVC isquêmico é a aterosclerose, nos jovens o leque de possíveis causas é mais amplo. A investigação exige um olhar aprofundado para condições que nem sempre são óbvias.
As causas mais relevantes nesta população, conforme a literatura médica, incluem:

  • Dissecção Arterial: Uma das principais causas, respondendo por até 25% dos casos. Ocorre quando há uma lesão na parede de uma artéria do pescoço, muitas vezes após um trauma leve.
  • Cardioembolismo: Coágulos formados no coração podem viajar até o cérebro. Condições como o forame oval patente (FOP) e arritmias podem estar na origem do problema.
  • Trombofilias: Condições, genéticas ou adquiridas, que aumentam a tendência do sangue a coagular.
  • Doenças Inflamatórias e autoimunes: o lúpus e a síndrome do anticorpo antifosfolípide, podem comprometer os vasos sanguíneos cerebrais.

Além dessas causas, que levam ao AVC isquêmico, o AVC hemorrágico também pode ocorrer, muitas vezes associado a condições como o aneurisma cerebral e malformações arteriovenosas.

Sinais e sintomas

Os sintomas clássicos do AVC, resumidos no teste SAMU (sorriso, abraço, música e urgência) ou no acrônimo internacional FAST (Face, Arm, Speech, Time), também se aplicam aos jovens. No entanto, o diagnóstico nessa faixa etária pode ser tardio, já que muitas vezes o AVC não é a primeira hipótese considerada.
Além dos sinais clássicos, algumas manifestações podem parecer atípicas, como: Dor de cabeça súbita e excruciante; Dor no pescoço ou na face (sugestiva de dissecção arterial) e vertigem intensa ou desequilíbrio. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que qualquer sintoma neurológico de início súbito deve ser investigado, independentemente da idade.

Fatores de risco e o papel do estilo de vida

Os fatores de risco tradicionais, como hipertensão e diabetes, estão cada vez mais presentes em pessoas jovens. Além deles, existem fatores que merecem atenção especial nesse público:

  • Uso de Contraceptivos Hormonais: mulheres que usam pílulas anticoncepcionais combinados e são tabagistas ou têm enxaqueca com aura apresentam risco aumentado.
  • Enxaqueca com Aura: estudos mostram associação entre esse tipo de enxaqueca e maior risco de AVC isquêmico, sobretudo em mulheres jovens.
  • Uso de Substâncias: o uso de anabolizantes, cocaína e outras drogas ilícitas pode provocar um aumento súbito da pressão arterial e favorecer o surgimento de um AVC.

Prevenção: o melhor caminho em qualquer idade

A prevenção do AVC em jovens começa com a conscientização e a adoção de um estilo de vida saudável. Controlar a pressão arterial, manter uma dieta equilibrada, evitar o tabagismo e praticar atividade física são medidas essenciais.
Para jovens com histórico familiar de doenças vasculares precoces, uma avaliação médica individualizada é fundamental. Essa avaliação pode envolver o acompanhamento de especialistas.

BP: referência em saúde e bem-estar

Na BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, acreditamos que a prevenção é a base do cuidado.
O diagnóstico e tratamento do Acidente Vascular Cerebral (AVC) em um paciente jovem exigem uma abordagem altamente especializada. Na BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo, nosso Centro de Excelência de Neurologia e NeurocirurgiaM está preparado para essa complexa investigação, utilizando tecnologia de ponta em neurorradiologia diagnóstica e contando com uma equipe multidisciplinar para um cuidado verdadeiramente integrado.
Se você tem dúvidas ou fatores de risco, o melhor caminho é a informação. Marque sua consulta e cuide da sua saúde com quem é referência.