Assim como acontece em relação a outros tipos de tumores malignos, também no câncer de pele o diagnóstico precoce é fundamental para aumentar as chances de cura ou garantir um melhor controle da doença. Por isso, é importante ficar atento aos sinais de alerta e realizar autoexame regularmente para observar manchas escuras, verrugas, pintas ou lesões com determinadas características ou uma alteração na pele diferente do padrão. Em caso de suspeita, o melhor caminho a seguir é consultar um dermatologista.
Responsável por 30% de todos os casos de câncer registrados no Brasil, o câncer de pele pode ser dividido em dois grandes grupos: os carcinomas, mais comuns e geralmente menos agressivos; e os melanomas, bem menos frequentes, mas mais agressivos, pois podem gerar metástases, ou seja, disseminar-se para outras partes do corpo. Dentre os casos de melanomas, apenas 1/3 são observados inicialmente pelo médico. Na maioria das vezes é o próprio paciente ou um familiar que suspeita de algum sinal e procura o especialista.
Os carcinomas geralmente surgem em áreas frequentemente expostas ao sol na forma de bolinhas vermelhas, verrugas ou feridas que não cicatrizam, principalmente em pessoas com mais de 60 anos.
Já os melanomas podem aparecer tanto em áreas expostas ao sol como em partes não expostas e menos visíveis do corpo, como a planta dos pés. Eles se originam de células de pigmentação da pele (melanócitos), caracterizando-se por manchas escuras que crescem rapidamente ou por uma modificação em lesões antigas, como pintas.
As pintas são um agrupamento benigno das células de pigmentação, e a grande maioria não se tornará um câncer de pele. Normalmente, uma pessoa pode ter entre 30 e 50 pintas ao longo da vida, não precisando de qualquer tratamento para elas na maioria dos casos. Apenas cerca de 20% dos melanomas são derivados de pintas preexistentes.
É muito importante que sejam avaliadas por um dermatologista:
No exame dermatológico, o dermatologista avalia todas as áreas do corpo (incluindo couro cabeludo, pés e unhas). Durante a consulta, ainda pode utilizar um equipamento óptico, o dermatoscópio, que aumenta em cerca de 10 vezes o tamanho das lesões, permitindo maior precisão para identificar se há sinais de malignidade. Se restar dúvida sobre o diagnóstico, é feita uma biópsia, com a retirada de uma amostra de pele para ser analisada em laboratório (exame anatomopatológico).
Além do autoexame, é recomendada a avaliação da pele anual com um dermatologista para pessoas consideradas de alto risco. Integram esse grupo indivíduos:
Além do exame dermatológico, pessoas com um grande número de sinais podem precisar do acompanhamento evolutivo das lesões com o exame de Mapeamento Corporal Total para identificar o surgimento de novas pintas e/ou alterações nas já existentes. O mapeamento consiste no registro fotográfico, com imagens de alta resolução, de todo o corpo e das pintas. Para isso é usado um equipamento digital com capacidade de aumento superior a 20 vezes.
Vale lembrar que o principal fator ambiental relacionado aos diversos tipos de câncer de pele é a exposição à radiação solar, tornando o uso de protetor solar a principal forma de prevenção. É importante ensinar as crianças a usarem o protetor desde pequenas, uma vez que queimaduras solares na infância estão relacionadas a uma maior incidência de câncer de pele na idade adulta.
Fonte: Marcelo Sato Sano - CRM/SP 156.502
Data de produção: 13/10/2022
Data da última atualização: 24/10/2022